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Perrengues, primeira viagem sozinha!

Minha primeira viagem sozinha foi uma aventura sem planejamento, minhas férias já estavam agendadas, seriam em 1 semana e para variar eu não tinha companhia e não tinha organizado nada. Eu queria fazer alguma coisa diferente, então, no meio do happy hour depois de algumas brejas eu tomei a decisão repentina que iria para Buenos Aires, era um local que eu tinha vontade de conhecer e porque não agora?

No dia seguinte comecei a procurar hospedagem, na época eu não tinha muito conhecimento de como tudo funcionava, poucas vezes eu tinha reservado hotel ou pousada, pois sempre que viajava eu ficava na casa de parentes. Mas desta vez eu não conhecia ninguém em Buenos Aires, então tive que aprender, fui perguntando para uma pessoa e perguntando para outra, até que uma colega de trabalho me disse que tinha ficado em um hostel com uma boa localização e que o tinha reservado através do site Booking.com. Fácil, era só ir e reservar no mesmo hoste! Infelizmente (ou felizmente) as coisas nem sempre são tão fáceis, não tinha mais vaga neste hostel! O que fazer?

Comecei pesquisar outros hosteis, pois era uma opção barata e pelo que diziam era fácil de fazer amizades. Encontrei uma rede internacional de hostel chamada Hostelling International, onde você poderia fazer uma carteirinha e se hospedar em qualquer hostel da rede no mundo e teria descontos nas diárias. Descobri também que eles tinham um escritório no centro de São Paulo, então fui até lá e efetuei a reserva pessoalmente com a atendente deles (eu não confiava muito na internet na época).

Para quem não sabe, o forte do hostel são os quartos compartilhados, onde você dorme no mesmo quarto com pessoas que você não conhece. Existem quartos com quantidades diversas de camas e existem quartos mistos, ou seja, no seu quarto podem ter homens e mulheres.

Para o período que eu queria, tinham duas opções de quartos: 1º quarto compartilhado somente com mulheres, mas com 12 camas; 2º quarto misto, mas com apenas 4 camas. A atendente me disse que por mais que o quarto fosse misto, eles optavam por colocar mulheres e homens separados e que se eu optasse pelo misto, muito provavelmente só teriam mulheres no meu quarto. Então, eu inocente, escolhi o quarto misto, pois só teria que compartilhar com mais 3 pessoas.

Passagem e hospedagem reservadas, eu já tinha viajado de avião, já sabia como funcionava, para Argentina eu não precisava de visto e nem passaporte, eu estava tranquila. Pronto, eu não tinha mais nada para fazer, era só aguardar o grande dia 😊 do embarque (hoje sei que foi ilusão, eu deveria ter pesquisado muitooo, rs).

Chegado o grande dia, com duas horas de antecedência do voo, meu irmão me deixou no aeroporto e fui direto para o Check-in. Chegando lá, entreguei meu código de reserva e minha habilitação como documento de identificação e a atendente toda paciente me informou que eu não poderia embarcar com a habilitação, somente com o RG, para viagens internacionais a CNH não substitui o RG. O QUE??? E agora?? O que fazer?? Liguei para meu irmão, pedindo para ele voltar em casa e pegar meu RG, que eu nem sabia onde estava, e voltar correndo para o aeroporto. Liguei para minha mãe e pedi para ela procurar meu RG e entregar para ele, senão eu não poderia embarcar. Aquele dia, graças a Deus, a Dutra não tinha tanto trânsito, quem mora em SP e precisa acessar o aeroporto de Guarulhos, sabe do que eu estou falando. Meu irmão conseguiu ir e voltar a tempo de eu embarcar.

No aeroporto tudo certo, no avião também, se quiser dicas para a primeira viagem de avião, veja o post Viajando de avião pela primeira vez.

Pousando e saindo do aeroporto em Buenos Aires, fui procurar um táxi. Foi ai que eu realmente percebi que estava em outro país, eu sabia que lá se falava espanhol, mas quando você chega é que você percebe que você não entende nada de espanhol e até que seus ouvidos se acostumem, você fica um pouco apreensiva. Então, achei uma agência de táxi e pedi um táxi até o hostel, o taxista não parava de falar e eu entendendo somente a metade do que ele falava, mas entendi que ele falava que tinha vontade de conhecer o Brasil e blá, blá, blá. Chegando no hostel, o rapaz que me atendeu era brasileiro, ele estava trabalhando no hostel pois estudava medicina em Buenos Aires e com o trabalho ele não pagava hospedagem e ainda ganhava um dinheiro para ajudar nas despesas. Ele me explicou como as coisas funcionavam no hostel e me entregou a chave do quarto. Cheguei no quarto, não havia ninguém, deixei minhas coisas no armário e fui carregar meu celular e aí percebi outro problema, as tomadas eram diferentes! Logo, eu não conseguiria carregar meu celular e nem carregar as pilhas da minha câmera digital (eu sei, faz tempo essa história). E agora??? O bom do hostel é que existem vários viajantes sem planejamento, assim como eu, então eles tinham alguns adaptadores de tomada para alugar, me custaram alguns pesos mas no final eu consegui resolver meu problema e aluguei o adaptador.

Na área comum do hostel fiz amizades com alguns brasileiros que lá estavam a passeio, outros que moravam lá para estudar medicina e outros que estavam estudando espanhol. No primeiro dia da viagem me limitei a conhecer brasileiros, eu já estava muito fora da minha zona de conforto. E tentar falar com gringo em outra língua, seria demais para minha cabeça. Mas já adianto que no final da viagem eu estava falando português, espanhol e inglês, rsrs.

Então chegou a hora de ir dormir, fui para o quarto, ainda não tinha ninguém nas camas. Então peguei uma cama vazia na parte de cima do beliche e quando estava quase pegando no sono escutei vozes masculina entrando no quarto, meus primeiros colegas de quarto eram homens! Eles eram simpáticos, me cumprimentaram e foram dormir, falavam outra língua que não consegui identificar na hora. Eu estava ansiosa para o que aconteceria no outro dia, fui dormir cedo e acordei cedo. Quando acordo dou de cara com um cara dormindo só de cueca na parte de baixo do outro beliche. Primeira viagem sozinha, primeira viagem internacional e primeira viagem em hostel. Eu fiquei pensando o que estou fazendo aqui!? Eu me levantei da cama, ele acordou, levou um susto que tinha mulher no quarto se cobriu pediu desculpas tentou conversar alguma coisa, mas era em inglês e na época eu não entendia nada.

Desci até a recepção e pedi para trocar de quarto, acabei indo para o quarto feminino com 12 camas, mas todas as camas estavam vazias! Fiquei neste quarto até o final da viagem.

Nos outros dias os perrengues foram com a troca de dinheiro eu não sabia exatamente qual seria a melhor moeda para levar, então levei Dólares, Pesos Argentinos e Reais. No final eu consegui utilizar todas as moedas, mas sempre precisava pensar bastante para ver se não estava levando golpe. Então aconselho, veja bem quanto a sua moeda está valendo e não leve muitas opções, assim não ficará perdida.

Minha primeira viagem foi totalmente sem planejamento, passei por alguns perrengues que eu poderia ter evitado se eu tivesse feito alguma pesquisa antes, mas no final, graças a Deus, deu tudo certo e eu amei todos os lugares e as pessoas que conheci, então se você está com medo de fazer sua primeira viagem sozinha, deixe esse medo de lado e se jogue no mundão, você verá que cada momento ficará na sua memória para sempre.

Hoje já conheci muitos outros lugares tanto sozinha quanto acompanhada e criei um post para ajudar quem ainda não sabe como se planejar, veja Planejando uma viagem e aproveite!

Ah e se quiser saber dicas sobre Buenos Aires, coloque nos comentários!

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